Este blogger contém o registro dos processos de trabalho em ateliê para a execução e montagem do Projeto Ressonâncias.
A edição brasileira do projeto é resultado da oficina ministrada pela artista e Professora da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Dra. Virgínia Fróis, por ocasião da Exposição e Seminário "Três Poéticas Dissonantes" - Escultura Contemporânea Portuguesa, a ser realizado no Instituto de Artes da Unesp - SP/ Brasil em setembro de 2012. Com a curadoria e organização da Professora Dra. Lalada Dalglish, o evento contará também com uma extensa programação de palestras, mesas-redondas e workshops.

This blogger contains the record of the processes at work in the studio for the implementation and installation of the Project Resonances. The Brazilian edition of the project is a result of the workshop taught by artist and Professor at the Faculty of Fine Arts, University of Lisbon, Dr. Virginia Frois, at the Exhibition and Seminar "Three Poetic Dissonant" - Contemporary Sculpture Portuguese, to be held at the Institute Arts Unesp - SP / Brazil in September 2012. With the organization and curation of Dr. Lalada Dalglish, the event will also feature an extensive program of talks, roundtables and workshops


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domingo, 9 de setembro de 2012

RECORTE DAS CÁPSULAS

Virgínia faz o recorte e o ajuste de uma das cápsulas, antes da secagem
 
cápsulas aguardando a secagem antes de ir ao forno
Após a primeira queima, já abertas em partes e enumeradas para a queima em Raku


sábado, 18 de agosto de 2012

RELIGARE

Sara Antónia Matos
Agosto, 2012

     O projecto “Ressonância II”, em exposição na UNESP, surge como corolário de um conjunto de obras que Virgínia Fróis tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos e que apresentam em comum a escolha do material cerâmico e a forma anelar. Nesse conjunto, incluem-se obras como “Anel” (2009-2011), “Coroa” (2010-12) e “Urnas” (2012) que fazem eco dessa forma circular. O anel está associado à ideia de vínculo. Quem o usa compromete-se a uma determinada ligação e, paradoxalmente, encontra-se subordinado a ela, mesmo que a relação de subordinação seja livremente consentida. Assim, as obras/instalações da artista põem em jogo um binómio de forças que versam a quebra da indissociabilidade e a reconstrução. Através delas, a artista procura materializar as ideias de perda e simultaneamente de religare, voltar a unir e pôr em contacto. Ora suspensas, no caso de “Urnas” e “Coroa”, ora assumindo o seu peso contra o chão, no caso de “Anel”, as obras evocam uma relação com o «ausente» convocando o espectador a habitá-las, mas simultaneamente a evadir-se delas para um universo íntimo.

     A peça agora exibida é constituída por um conjunto de cabeças suspensas que formam um circulo à altura do olhar do espectador, permitindo uma relação directa entre este e os rostos com que se depara.Estes, como que solicitam uma interlocução ainda que a mesma se exerça sem recurso à linguagem verbal. Aquelas cabeças apresentam-se estranhamente fechadas, sem orifícios abertos na espessa massa de cerâmica. Porém, do seu interior propaga-se um murmúrio oriundo de sete vozes femininas e uma masculina, fazendo eco sobre o espectador e apelando-lhe a um processo de introspecção. Invadido pelo murmúrio vindo da obra ou pelo silêncio que lhe subjaz, o espectador converte-se numa câmara de ressonância, podendo mergulhar nas suas memórias mais longínquas e ancestrais. Por isso, estes rostos assumem-se como vasos e urnas que selam, mas onde, como de um ovo, também se renasce. Assim, através da presença escultórica suscita-se um processo de diálogo silencioso que dispensa qualquer palavra. O que faz com que haja reciprocidade de comunicação entre a obra e o espectador? O desejo e a necessidade de partilha de cada ser humano, algo que não pode ser desligado da necessidade de reconhecimento, transformação e ânsia de vida. Como é que o desejo se manifesta? Comunicando. Qual é o meio utilizado nessa comunicação? É o corpo. O corpo do ser humano está no mundo, no sentido de presença activa, definindo-se também pela relação com os outros corpos.

     Este processo envolve um contacto vital: “comunicar com outrem é entrar em contacto, misturar substâncias”, diz o filósofo José Gil. “Qualquer que seja a maneira como se pensa este comunicar, ele implica um contacto directo que é, ao mesmo tempo, conhecimento e afecto” (Gil, 1997: 148). O contacto com o outro pode efectivar-se através do olhar, da pele, dos odores e das secreções. Estas formas de comunicação ganham corpo nas obras através dos elementos e materiais a que a escultora recorre. Para além das oito cabeças e do cone de sal que por baixo delas se eleva, conjunto recortado por um projector de luz branca que irradia de cima até à base, duas outras figuras surgem na penumbra, pontuando o espaço fora do circulo: a de um golfinho em terracota branca e de um pássaro em cera virgem. Estes constituem-se como elementos dinâmicos referentes à água e ao ar, apontando para o recomeço, anunciando o nascimento e a transcendência que destes advirá. Assim, na obra de Virgínia Fróis as matérias eleitas, entre elas o barro, o sal, o chumbo e a luz assumem uma dimensão simbólica, fazendo alusão directa ao corpo e ao espirito, à condição perecível da existência humana, à sua possibilidade de transcendência e purificação. Neste âmbito, pode entender-se que os materiais escultóricos usados pela autora reforçam o sentido de presença e de condição sensível inerentes quer, à experiência estética, quer à relação com o outro.

     Em última instância, significa que produzir uma obra de arte é também comunicar com o outro, reclamar a sua generosidade, disponibilidade e recepção. Quando se pressente que não há reciprocidade do outro lado, do outro corpo “sentimo-nos incapazes de comunicar com ele – quer dizer, de abrir o nosso interior e a nossa pele ao seu interior. O nosso espaço de limiar retrai-se, recusa-se – porque não há espaço de limiar do outro lado (…).” (Gil, 1997: 159). Deste modo, não é estranho que a escultora parta para a realização deste trabalho envolvendo outros criadores no fazer artístico desde a génese, isto é, desde o seu nascer. Por via dessa colaboração, a obra vai-se alterando e conhecendo outras formulações com a partilha, a troca de ideias e contribuição dos pares. As peças foram realizadas na oficina de cerâmica da UNESP, com alunos de estudos avançados do Instituto de Artes, nas àreas das Artes Visuais/Cerâmica, Teatro e Música. Esta partilha, que aliás não é estranha ao percurso da Virginia Fróis – recorda-se que conceptual e metodologicamente, a autora tem desenvolvido diferentes formas de colaboração com grupos específicos –, proporciona uma reflexão sobre a criação individual e em grupo.
     É para o trabalho conjunto sobre a memória, o luto e as experiências sensíveis, próprias da existência humana, que remete o trabalho da artista, ao lembrar que cada indivíduo não tem existência isolada.


Referências: 
José Gil, (1997) Metamorfoses do Corpo, Relógio D`Água, Colecção Antropos, 2ª edição, Lisboa.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

VIRGÍNIA FRÓIS - Currículo




Virgínia da Conceição Oliveira Ferreira Fróis
BI 6930443
Local e data de nascimento: Rio Maior, 1954 /10/ 9
Nacionalidade: Portuguesa
Morada: Rua D. Sancho I, 4, 1º esq.  7050- 225 Montemor - o – Novo - PORTUGAL
Contactos: email: virginiafrois@gmail.com
Telefone: 00351  266 896048 ; Telemovel  00351 918186467


     As actividades desenvolvidas no âmbito das Artes Plásticas, situam-se em três áreas: 1- Animação Cultural (desde 1976 ); 2 - Investigação e Docência na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (desde 1998); 3 - Criação Artística (desde 1987). Estas áreas decorrem num processo interligado e complementar.

1. Na Animação Cultural destaca-se a fundação da Oficina da Criança em Santarém (1976) e em Montemor-o-Novo (1981), e a Associação de Arte e Comunicação Oficinas do Convento (1991), sendo presidente da associação até 2004 (www.oficinasdoconvento.com).
     Das actividades desta Associação salienta-se a direcção dos três  Simpósios  Internacionais de Escultura em Terracota (1996,1998 e 2001) e do projecto Projectar o Rio (2003 a 2005) intervenções transdisciplinares no âmbito da Arte e da Ciência www.unsitionorio.com e os ciclos de conferências Conversas á volta do peso e da leveza (link:  Projectos ver dopesoedaleveza Esculturas leves – vídeo : videos.sapo.pt; http://vimeo.com/8948892). Coordena as actividades do Telheiro da Encosta do Castelo (link: Projectos ver Telheiro da Encosta do Castelo) e as actividades de cooperação com o Centro de Artes e Ofícios de Trás di Munti. Link: centro de artes e ofícios .
Colabora na programação geral.

2. Professora Associada  na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa onde desenvolve actividade de Investigação e Docência, destacam-se a orientação de vários trabalhos de investigação no âmbito do  Mestrado de ensino de Doutoramento e de  Pós doutoramento em Belas Artes / Escultura. Lecciona as Unidades Curriculares de Cerâmica e de Escultura.
No âmbito da Investigação coordena o Projecto de Investigação Escultura Cerâmica (2001 a 2004)  (www.fba.ul.pt ; Investigação/ CIEBA, Instituto Francisco de Holanda link: Escultura Cerâmica), salienta-se o trabalho de recuperação de Esculturas do espólio da Escultura Barroca em terracota do Mosteiro de Alcobaça e a produção da Exposição (E)vocações em parceria com o IPPAR (2003 a 2004).

     Colabora com o Atelier Mar em Cabo Verde na elaboração do Plano de Estudos para os cursos de Artes Visuais da Escola Internacional de Artes do Mindelo (2002 a 2004).
Visita Cabo Verde em Dezembro de 2003, ilhas de S.Vicente, Sº Antão e Boa Vista, com o objectivo de elaborar um projecto de investigação na área da actividade Cerâmica Olaria de Mulheres. Em Setembro de 2004 desloca-se às ilhas de Santiago e S. Vicente para completar o conhecimento no local desta actividade cerâmica e em 2005 viaja durante dois meses nas ilhas para compreender o território e estabelecer contactos com entidades governamentais.

     Desenvolve o Projecto Guardar Águas (2006 a 2007) ( Terra di Barro  http://youtu.be/mp-J6cJrgwo; Reportagem http://youtu.be/I7X0HT_06uE), ao abrigo de uma licença sabática, investiga no campo da Etnocerâmica / Olaria de Mulheres na comunidade de Trás di Munti no Município do Tarrafal de Santiago em Cabo Verde, onde desenvolve ações de resgate da arte da olaria, organizando formação de jovens mulheres, divulgando o seu trabalho e promovendo participação em feiras no território, deslocando as Mestras oleiras a Portugal (2007/8), em  em ações de valorização da actividade de divulgação e de mediação.  Em 2009 funda o Centro de Artes e Ofícios onde coordena a actividades de investigação e cooperação para o desenvolvimento.

    Das participações em seminários e congressos salientam-se : Engendering acreative milieu Arts and local development in Montemor (Alentejo) (2005) - 41st ISoCaRP International Congress BILBAO;  Da água, os potes (2009) ,Seminário sobre tecnologia cerâmica no Museu da Arte  pré-histórico e do Sagrado do vale do Tejo, Mação; Da arquitectura para a escultura a terra como uma busca de sentidos (2010), 6º atp seminário de arquitectura de terra em Portugal / 9º siacot seminário ibero-americano de construção e arquitectura com terra –  Coimbra; “Projecto Rio: Arte, Ciência e Património (2010) Semana de Arte Urbana Benfica, Grupo Meio Fio de Pesquisa e Ação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará Fortaleza – IFCE; Uma escultura como interface para um espaço arqueológico (2011) (em pareceria com  a investigadora Rosana Tagliari Bortolin, Brasil), Congresso IUPPS  Florianopolis, Brasil.
Pesquisador Visitante na Universidade Estadual de São Paulo, UNESP, Brasil (2010) por convite da Investigadora Lalada Dauglish, onde  orientou o Seminário de Investigação Arte e Participação proferindo várias conferencias (Youtube: O uso da cerâmica hoje na criação), participou nas Atividades de Extensão visitando a atividade cerâmica do Vale do Jequitinhonha onde visitou os centros oleiros de Santana do Araçuaí, Carai e em Minas Novas as comunidades de Coqueiro do Campo e Campo Alegre.
Publicações saliento os artigos : Reflexões em torno da criação e da acção: Alguns projectos da Associação Cultural Oficinas do Convento; Revista VEDUTA (Guimarães 2011) e  Reabilitação de um Telheiro em Montemor-o-Novo; Revista ARTE TEORIA (Lisboa  2012).








3- Na Criação Artística, várias exposições individuais (desde 1992) salientam-se as Exposições Terrenos(1991), Galeria Municipal em Montemor-o-Novo; Moradas (1998) Casa das Artes/ Museu Jorge Vieira, Beja;   Espelhos (2000) Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea em Almada.
Das participações em exposições colectivas as Exposições: Contornos Cerâmicos (2003/4 Córdova, Lugo, Zaragoza e Vendrell); (E)vocações (Galeria de Exposições Temporárias Mosteiro de Alcobaça - Agosto de 2003 a Abril de 2004 ); A Shirek, from na Invisible Box (Meguro Museum of Art Tokio 2001); Escultura Cerâmica Ibérica Contemporánea (Junta da Galicia, 2007)  Escultura com Afectos (Armazém das Artes/ Fundação Cultural Alcobaça e Sociedade Nacional de Belas Artes Lisboa - 2007); Esculturas Leves ( Montemor-o-Novo, Fundão 2010) Laboratório Way out Instalação sem nome, (youtu.be; sem nome)(Hospital Júlio de Matos Lisboa- 2009) Cerâmica Hoje 5 Autores Portugueses (Museu Amadeu de Sousa Cardoso e em Saragoza no CERCO, 2011)
     No campo da Arte Pública destacam-se: Monumento Associativismo (1994, Almada /ver na internet); Monumento ao poder local democrático –Sítio (Almada, 2001); Homenagem ao Corticeiro (Rotunda da Mundet Montijo, 2004 ); Projecto “NOMES”, (comemoração do centenário da morte de Rafael Bordalo Pinheiro, Caldas da Rainha, 2005) e o Relevo Cerâmico para a Sala de audiências do Tribunal da Relação de Lisboa, e a Escultura para entrada do Tribunal de Arraiolos, (Ministério da Justiça, 1996).
Recebe os seguintes prémios: Menção Honrosa em Escultura de Interior na Bienal de Escultura e Desenho de Caldas da Rainha, 1991 e  em 1993, obteve o primeiro lugar no Concurso para o Monumento ao Associativismo Popular promovido pela Câmara Municipal de Almada, inaugurado em 1994.
Apresenta a obra Anel II- Fóssil apresentado na Exposição de Escultura no Picadeiro dos Museus da Politécnica da Universidade de Lisboa (Janeiro de 2012). Novas peças a expor: Anel III, terracota, e o Anel IV, videograma, (Anel  http://youtu.be/fPvr-cYRRUM; Processo Anel  http://youtu.be/rCVr1DpHRFg).



 VF/ Maio 2012

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Mônica Maruyama


 







 
Mônica Maruyama, graduada em Artes Visuais pelo Instituto de Artes - Unesp - SP,  IV período.

Stela Kehde


Química de formação, com dedicação em pesquisa de energia nuclear.
Atualmente tem o Paisagismo como profissão onde agrega a cerâmica ao setor de decoração.
Freqüenta o curso de Artes Visuais da UNESP e auxilia como colaboradora em oficinas de cerâmica dos cursos de pós– graduação .

Participou de palestras, workshops no SESI Mário Amato , cursos de extensão em cerâmica na USP e SESC Pompéia .



 

Moyra Madeira



Bárbara Milano